Discussões e Comportamento  //  20.11.2015

Entrevista para o Jornal do Agreste na íntegra

Ooooi meus amorxs! Nem deu tempo de sentir saudades, não é!? Agora eu vim contar pra vocês uma novidade bemmmmm maravilhinda: saiu uma entrevista comigo no Jornal do Agreste (disponível aqui) e vocês já podem ver <3 Foi um prazer pra mim, poder contar como vejo o papel do meu blog em questões que vão além de do modismo.

 Enquanto a minha entrevista com a Gabi da Pele Preta não sai, (juro que tentarei postar ainda hoje) vejam a entrevista na íntegra:

Como surgiu a iniciativa de criar o blog?
Eu sempre fui muito ligada a questões de moda e beleza, sempre fui muito vaidosa e gostava de conversar sobre, mas o TIPO4 surgiu mesmo por necessidade e não minha, mas do que eu represento. O meu blog não é só um canal que diz como cuidar do seu cabelo afro, ele é a mulher negra, crespa, independente e militante se afirmando dentro de um espaço muito restrito que prioriza padrões sociais.

Alguém te inspirou ou inspira?
Sim, muito. Algumas blogueiras como a Maraisa Fidelis, Rayza Nicacio e algumas outras nem tão conhecidas, mas que exercem o mesmo papel de defesa da cultura afro dentro desse espaço.

Qual a frequência de atualização do blog?
Três vezes por semana (geralmente às segundas, quintas e sábados), mas muitas vezes o cronograma é estendido por algum post de evento (gosto muito da rapidez, acho que as coisas funcionam mesmo como em um jornal, o leitor precisa de notícias quentes para se sentir bem informado)

Muitas meninas que têm cabelo crespo ou cacheado não aceitam e fazem algum tipo de alisamento. Você passou por isso ou sempre aceitou seu cabelo?
Eu não tive muito tempo de conhecer o meu cabelo, aos cinco anos de idade minha mãe deu primeiro alisamento nele. Então cresci “dentro dos padrões” e fui ensinada que daquele jeito era melhor, mas com a facilidade de encontrar informações que existe hoje em dia, na minha adolescência eu comecei a ter contato com histórias de transição capilar (quando você abandona tratamentos químicos e assume sua textura natural) e pouco a pouco eu descobri que podia ter de volta o meu cabelo natural. Justamente por ter sentido na pele que muitas vezes essa decisão é imposta, eu lido muito com a transição no TIPO4. Eu sei o quanto é importante e difícil lidar com o preconceito quando ele está até dentro da sua própria casa.

Conte um pouco da sua história “capilar”… O que você acha que influencia as meninas a não aceitarem as madeixas cacheadas?
Como eu já citei, eu fui induzida desde muito cedo acreditar em padrões que hoje são os maiores motivos da minha luta. Lidar com o cabelo quimicamente tratado pode parecer mais simples, mas não é. Existem muitas histórias de pessoas que perderam o cabelo por causa da química ou que, como eu, não era feliz quando se olhava ao espelho (não se via de verdade) e ainda existe ainda muita gente que nem sabe do que eu estou falando aqui (eu já ouvi até que era impossível voltar aos cachos e o pior, de alguém que se dizia profissional). Sem dúvida alguma, a primeira maior influência vem de casa. Sua avó aprendeu que o bonito é o cabelo liso e ensinou para sua mãe que ensinou para você e espera que você tenha filhos para ensina-los também. E a segunda, mas não menos importante, da mídia, que provavelmente foi quem iniciou esse ciclo dentro da sua casa. É por isso que um blog de beleza negra é tão importante, ele quebra essa corrente e dá visibilidade, ele torna comum black power nas ruas e muito além, onde a maioria só vê modismo, existe um monte de gente discriminada lutando contra a massa. Nós precisamos parar de nos sentir “exóticos” para que parem de nos ver assim e isso começa com exemplos.

Por enquanto é isso, meus amorxs, um beeeeeeeeijxs e até a próxima :*

Joicy Eleiny
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